IV - Formação Acadêmica Sacerdotal
ESTRUTURA GERAL:
1. Teologia do
Presbiterado
2. Teologia
Sacramental
3. Dimensões da
Formação Sacerdotal
4. Paramentos
Litúrgicos
5. Uso da Mitra e
báculo
6. Fidelidade à
Igreja
1.
Teologia do Presbiterado
TEOLOGIA DO
PRESBITERADO
A palavra "sacerdote" vem do
latim e significa somente de Deus. A palavra presbítero vem do
grego e significa ancião. Nas sagradas escrituras, os presbíteros
são os membros ordenados da ordem sacerdotal que compõe um conselho de anciãos,
cuja principal função é a administração do templo e a organização do povo santo
de Deus. Os presbíteros são os mais íntimos colaboradores da ordem episcopal,
que são os sumo-sacerdotes e pastores por excelência do rebanho.
Tendo recebido o segundo grau da Ordem
Sacerdotal, são chamados a dedicar sua vida inteira ao altar e à celebração dos
Sacramentos. São chamados à administração local do Povo de Deus, através das
paróquias e do serviço pastoral. Os presbíteros assumem as mais diversas
funções no governo de uma diocese, desde membros do conselho, a formadores do
seminário, párocos, vigários paroquiais, etc.
Aos presbíteros, sendo dotados do múnus
sacerdotal, está incumbida a realização da Santa Missa e a responsabilidade
pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Os presbíteros recebem o privilégio
da realização de bênçãos frente aos diáconos e também são os responsáveis pela
celebração do sacramento da Unção dos Enfermos e da Reconciliação.
2.
Teologia Sacramental
Para bem formar os nossos sacerdotes, é
preciso que eles compreendam o funcionamento de cada um desses rituais e o
porquê da existência das Ordens Sacerdotais, pelas quais ficam divididas as
celebrações dos sacramentos e as funções que cada um assume no pastoreio do
rebanho do Senhor.
Batismo: é o primeiro e mais importante passo dentro
da caminhada cristã.
O Batismo configura um caráter indelével
na alma do batizado, pelo qual este recebe o Espírito Santo e se torna uma alma
cristã, digna da presença de Deus e da participação dos outros sacramentos.
Nenhum outro sacramento pode ser recebido caso o indivíduo não seja batizado.
Por ser um sacramento de caráter mais
simples, todos os membros da Ordem Sacerdotal podem celebrá-lo, ou seja,
Diáconos, Sacerdotes e Bispos.
Crisma (ou
Confirmação): é o sacramento
que ratifica a graça recebida no batismo.
A Crisma, assim como o Batismo,
configura um caráter indelével na alma do crismado, pelo qual através do
recebimento do óleo consagrado, pelas mãos do bispo, o crismado é confirmado na
plenitude dos sete dons do Espírito Santo, confirmando também a sua maturidade
na caminhada da fé e o habilitando à vida plena em comunidade, podendo assumir
os ofícios extraordinários da Igreja.
Este é um sacramento de suma
importância, que só pode ser celebrado por um Bispo (ou, em casos de absoluta
necessidade, por um presbítero designado pelo bispo), uma vez que somente o
Bispo, tendo recebido a plenitude da Graça e do Sumo Sacerdócio, e sendo
portador por excelência dos Sete Dons do Espírito Santo, pode passá-los
adiante.
Eucaristia: é o Santíssimo Sacramento e o pináculo da fé
católica.
Através da Eucaristia, os cristãos se
reúnem para a celebração dos sagrados mistérios, e é entorno dela que gira a
vida da comunidade. A Eucaristia é alimento para as almas cristãs, que nos dá
força e vigor para continuarmos a caminhada, é sinal de esperança no retorno
triunfal do Salvador, símbolo de sua presença real em nosso meio.
A celebração da Santa Missa, pelo qual
o pão e o vinho são consagrados na Eucaristia, é de celebração exclusiva dos
sacerdotes (Presbíteros e Bispos), porém, sua administração fora da missa pode
ser feita por MESC e por Diáconos.
Reconciliação (ou
Penitência): é o sacramento
do perdão e da confissão dos pecados.
Através da reconciliação, os fiéis
arrependidos de seus pecados reencontram-se com o Santíssimo Salvador, que em
um ato de profunda misericórdia absolve os seus filhos amados de todas as suas
faltas e culpas.
Esse sacramento só pode ser realizado
por membros devidamente ordenados com o Segundo Grau da Ordem Sacerdotal, ou
seja, por Presbíteros e Bispos. Ele é também pré-requisito para a realização da
Unção dos Enfermos.
Ordem: é o sacramento que habilita um cristão
devidamente formado ao serviço ordinário do altar.
O Sacramento da Ordem confere um
caráter indelével na alma daquele que o recebe, configurando-o participante da
Ordem Sacerdotal, em comunhão com o sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Através do rito costumeiro, antigo e tradicional da imposição das mãos, o
bispo, sumo sacerdote e pastor do rebanho, confere a um eleito pela comunidade
o grau sacerdotal para a celebração dos sagrados mistérios.
O Sacramento da Ordem está dividido em
três graus: diaconado, presbiterado e episcopado.
O primeiro grau, a Ordem dos Diáconos,
são ordenados para o serviço e não para o sacerdócio, podendo proclamar o
Evangelho, levar o Viático aos enfermos, celebrar Batismos e Casamentos,
celebrar a Palavra, celebrar bênçãos, etc.
O segundo grau, a Ordem dos
Presbíteros, são ordenados para o sacerdócio e a cooperação com a ordem
episcopal, podendo celebrar missas, atender confissões, realizar a Unção dos
Enfermos, celebrar bênçãos solenes, assumir paróquias, etc.
O terceiro grau, a Ordem dos Bispos,
são ordenados para o sumo sacerdócio e compartilham com Cristo a missão última
do pastoreio do rebanho; são responsáveis por celebrar a Crisma e o próprio
sacramento da Ordem, passando adiante a sucessão apostólica. Somente o Papa
pode escolher um presbítero para receber a sagração episcopal. Os bispos podem
ser cooperadores direitos de outros bispos (arcebispos) ou podem assumir suas
próprias dioceses.
Unção dos Enfermos: também chamada de Extrema Unção, é o
sacramento da restauração das enfermidades ou da preparação para a Vida Eterna.
A Unção dos Enfermos ocorre sempre que
um indivíduo se encontra em grave enfermidade, e deseja restaurar sua saúde, ou
para se preparar para a passagem para a Vida Eterna.
Esse sacramento só pode ser realizado
por membros do Segundo Grau da Ordem Sacerdotal ou superior, ou seja,
Presbíteros e Bispos.
Matrimônio: é o sacramento que firma um laço entre os
corpos de um homem e uma mulher cristãos para constituírem uma família.
O Sacramento do Matrimônio é contraído
entre dois noivos, um homem e uma mulher cristãos, que desejam unir-se perante
Deus, o ministro e assembleia, para constituir uma família cristã através de um
laço de amor.
Este
sacramento pode ser celebrado por qualquer membro ordenado, ou seja, Diáconos,
Presbíteros e Bispos.
3.
Dimensões da formação sacerdotal
Formação humana
O sacerdócio é um chamado a seguir Cristo que
"sendo rico, por nós se fez pobre para enriquecer-nos com sua
pobreza" (2 Cor 8, 9). A fidelidade ao ministério requer
aquelas virtudes que são mais altamente consideradas entre os homens, virtudes
que educam o sacerdote para a renúncia e para a superação das ambições, de tal
maneira que este não se afaste da imitação de Cristo, virtudes "como são a
sinceridade de alma, o diligente cuidado pela justiça, a fidelidade às
promessas, a polidez no agir e uma linguagem sóbria e pautada pela
caridade"
Formação espiritual
É de vital importância para a formação espiritual
do candidato que se infunda nele, desde o início de seu caminho formativo, a
clara consciência de que é ele mesmo o principal, ainda que não único, agente
responsável por sua formação sacerdotal. A finalidade de tal processo consiste
em conseguir abrir-se à ação do Espírito Santo para se chegar a uma adesão
plena à pessoa de Jesus Cristo de tal modo a conformar-se com seus pensamentos,
palavras e ações. O futuro sacerdote é chamado principalmente a ter, um coração
misericordioso como o coração de Jesus, assumindo em sua própria vida aquilo
que exprime o apóstolo São Paulo: ter os mesmos sentimentos de Cristo (cf.
Fl 2, 5) para poder manifestar aquela mesma proximidade do Senhor aos
pecadores, aos que sofrem, aos excluídos e aos necessitados.
A vida no Seminário deve ter como objetivo
formar no futuro sacerdote um profundo amor pelo sacramento da Eucaristia, que
há de constituir-se sempre o centro e o eixo de toda a sua vida e sua atividade
sacerdotal, e a fonte da qual brota a sua força de discípulo
missionário. Por isso, o ambiente formativo deve fomentar no seminarista uma
atitude de grande amor e reverência para com o Santíssimo Sacramento, que
constitua um testemunho vivo da sua vida interior.
Formação intelectual
A formação intelectual dos jovens que aspiram ao
sacerdócio visa oferecer sólidos fundamentos doutrinais, que capacitem o
sacerdote para anunciar com competência o Evangelho e para responder aos
grandes desafios que lhe apresenta o mundo atual. Por esta razão é necessário
que os estudos do Seminário e dos centros de formação religiosa mirem oferecer
bases firmes, a partir da Revelação e do magistério da Igreja, que devem ser
acolhidos com a obediência da fé, de tal maneira que os sacerdotes quando
ordenados possam imediatamente possuir critérios seguros na pregação e na ação
evangelizadora.
Ao estruturar os estudos filosóficos e
teológicos é necessário articular adequadamente estas duas disciplinas, as
quais devem levar "a abrir, sempre mais, às mentes dos alunos o Mistério
de Cristo, que afeta toda a história do gênero humano, influi continuamente na
Igreja e opera sobretudo através do ministério sacerdotal"
Formação pastoral
Estamos conscientes de que na linguagem do Concílio
Vaticano II e do documento de Aparecida, "pastoral" não se opõem a
"doutrinal", senão que o inclui. Como a pastoral não é somente uma
aplicação prática das verdades da fé, assim também toda a Revelação e portanto
a teologia é pastoral, no sentido de que é Palavra de salvação, Palavra de Deus
para a vida do mundo.
A formação pastoral é uma das dimensões
fundamentais na formação dos candidatos ao sacerdócio, a qual deve se irradiar
a todos os campos e atividades da vida do Seminário. Esta dimensão transversal
é humanística, filosófica e teológica.
4.
Paramentos Litúrgicos
ESTOLA
CASULA
Veste coral presbiteral
Utilizada fora das celebrações, em ocasiões solenes
ou numa celebração quando não for presidir e nem concelebrar.
5.
O uso da Mitra e báculo
A mitra, que será uma só na mesma ação litúrgica, simples ou ornamentada
de acordo com a celebração, é habitualmente usada pelo Bispo:
1. Quando está sentado;
2. Quando faz a homilia;
3. Quando faz as saudações;
4. As alocuções e os avisos, a não ser que logo a seguir tenha de
tirar a mitra; quando abençoa solenemente o povo; quando executa gestos
sacramentais; quando vai às procissões.
O Bispo não usa a mitra:
1. Nas preces introdutórias
2. Nas orações; na Oração Universal
3. Na Oração Eucarística
4. Durante a leitura do Evangelho
5. Nos hinos, quando estes são cantados de pé
6. Nas procissões em que se leva o Santíssimo Sacramento ou as
relíquias da Santa Cruz do Senhor; diante do Santíssimo Sacramento exposto.
O Bispo pode prescindir da mitra e do báculo quando se desloca dum lugar para
outro, se o espaço entre os dois for pequeno. Quanto ao uso da mitra na
administração dos sacramentos e dos sacramentais, observe-se, além disso, o que
adiante vai indicado nos respectivos lugares. (Cerimonial dos
bispos, 60)
"O Bispo, ao chegar junto do altar, entrega o báculo ao ministro, depõe a
mitra, e faz inclinação profunda ao altar, ao mesmo tempo que os diáconos e os
outros ministros que o acompanham. Depois, sobe ao altar e beija-o, juntamente
com os diáconos." (Cerimonial dos bispos, 131)
O uso do Báculo:
O Bispo usa o báculo, como sinal do seu múnus pastoral. Aliás, qualquer. Bispo
que celebre solenemente o pode usar, com o consentimento do Bispo do lugar.
Quando estiverem vários Bispos presentes na mesma celebração, só o Bispo que
preside usa o báculo.
Com a parte recurvada voltada para o povo, ou seja, para frente, o Bispo usa
habitualmente o báculo na procissão, para ouvir a leitura do Evangelho e fazer
a homilia, para receber os votos, as promessas ou a profissão de fé; e
finalmente para abençoar as pessoas, salvo se tiver de fazer a imposição das
mãos. (Cerimonial dos bispos, 59)
6.
Fidelidade a Igreja
Na Igreja sempre se entrelaçam o
mistério, a comunhão e a missão. Nunca se deve ocultar alguns destes aspectos
da única realidade fundada por Jesus Cristo. Sabendo que a esta Igreja são
essenciais três dimensões: a dimensão eucarística, já que “a Eucaristia faz à
Igreja e a Igreja faz a Eucaristia” , a dimensão mariana, já que Jesus
encomendou à Maria: “Eis aí tua Mãe” (Jo 19, 27); e a dimensão
petrina, porque Ele disse:
Sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja (Mt 16, 18).
Digamos uma e outra vez:
Senhor, amo entranhavelmente a
Vossa Igreja,
Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana,
porque sua Cabeça invisível é Jesus Cristo, nosso Senhor,
porque a Santíssima Virgem Maria é seu fruto mais esplêndido,
porque os Santos de todos os tempos a embelezam,
porque brilha resplandecente através dos séculos,
pelo valor dos Patriarcas,
pela fidelidade dos Profetas,
pela fé dos Apóstolos,
pelos sofrimentos dos Mártires,
pela firmeza dos Pontífices,
pela prudência dos Bispos,
pela sabedoria dos Doutores,
pela fortaleza dos Confessores,
pela entrega total dos Sacerdotes,
pela pureza das Virgens,
pela temperança dos Penitentes,
pela audácia dos Fundadores,
pelo testemunho dos leigos santos,
pela doçura dos monges contemplativos,
pelo silêncio dos eremitas,
pelo esplendor dos Reis Santos,
pela veemência dos pregadores,
pelo zelo apostólico dos missionários,
pelo sacrifício dos enfermos,
pela nobreza dos mendicantes,
pela lucidez dos educadores e catequistas,
pela paciência dos perseguidos,
pela humildade dos que obedecem,
pelo fervor dos convertidos,
pela abnegação dos militantes,
pela inocência dos que vivem sem pecado grave,
pelo arrependimento dos pecadores,
pela simplicidade dos que vivem como crianças,
pela confiança dos que se abandonam em Vossas mãos,
pela constância dos que perseveram até o fim,
pela generosidade dos que doam,
pela alegria e o amor dos santos de todos os tempos.
Por tudo isso e muito mais, amo, Senhor, a Vossa Igreja,
Una, Santa Católica, Apostólica e Romana. Amém.
CONCLUÍDA AS AULAS, O TESTE É APLICADO. TENDO APROVAÇÃO NO MESMO, É MARCADA A ORDENAÇÃO PRESBITERAL.
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